Informação cedida pela Docapesca.
Fotografias de Francisco Pestana, Atum-albacora: Miguel Neves dos Santos, Espadarte: adrienzoon.com
A AMÊIJOA-BOA tem um corpo com cor que pode variar entre o cinzento claro e o castanho- -escuro, uma concha oval de tons creme, castanhos ou acinzentados, com estrias e linhas bem marcadas, desenhando um quadriculado característico da espécie.
É encontrada no Atlântico Nordeste e Arquipélago dos Açores, onde habita em fundos arenosos e em vasa, entre os 0 e os 20 m, junto à costa, em sistemas lagunares e estuários. Alimenta-se de microalgas que filtra da água circundante. A reprodução ocorre no Verão.
É a principal espécie de bivalve produzida por aquicultura em Portugal. É capturada maioritariamente à mão com uma faca modificada, composta por uma lâmina larga.
A amêijoa-boa é cultivada nas zonas de entre marés, através do lançamento das suas “sementes” (amêijoas juvenis) para o substrato de areia e lodo, sendo colhidas para consumo passados dois anos.
O ATUM-ALBACORA, como a maioria dos atuns, tem um corpo alongado, o que o torna excelente nadador, fazendo longas migrações a grandes velocidades. Possui linhas escuras quase verticais no ventre e a segunda barbatana dorsal, bem como a barbatana anal são grandes e amarelas.
É encontrado no Atlântico Nordeste e Mar Mediterrâneo, formando cardumes que habitam maioritariamente junto à superfície. Pode, no entanto, fazer mergulhos de curta duração até profundidades superiores a 500 m, à procura de alimento como lulas, crustáceos e uma variedade de peixes. O pico reprodutivo ocorre no Verão. É pescado com palangre de superfície, salto e vara e com armações.
O atum-albacora pode nadar e caçar em águas frias pois consegue manter a temperatura corporal superior à temperatura da água
O CANTARILHO tem um corpo robusto, avermelhado no dorso e rosa-esbranquiçado no ventre com bandas vermelhas nos flancos. Possui espinhos característicos e a boca é grande e escurecida por dentro.
É encontrado no Atlântico Nordeste e nos Arquipélagos da Madeira e dos Açores, onde habita no fundo marinho de 200 a 1000 m, muitas vezes associado a destroços submarinos. É uma espécie solitária e agrega-se apenas na altura da reprodução que ocorre no Verão. Alimenta-se de peixes, crustáceos e alguns cefalópodes durante o dia, ficando inactivo durante a noite.
É pescado com arrasto e com palangre de fundo.
O cantarilho tem fertilização interna; a fêmea armazena o esperma dentro dos ovários durante meses, libertando de forma faseada os embriões dentro de uma matriz gelatinosa.
O CARAPAU tem um corpo alongado, moderadamente comprimido, cinzento com matizes azuis no dorso e prateado no ventre e flancos, com uma linha lateral muito pronunciada.
É encontrado no Atlântico Nordeste, Arquipélago da Madeira e Mar Mediterrâneo, onde habita na coluna de água desde a superfície até ao fundo, em zonas costeiras com 100 a 200 m de profundidade. Forma grandes cardumes que efectuam migrações consideráveis, alimentando-se de pequenos crustáceos, peixes e moluscos. Reproduz-se de Dezembro a Abril, com um pico em Fevereiro.
É pescado com cerco, arrasto e redes de emalhar.
O carapau pode ter diferentes nomes consoante o seu tamanho: jaquinzinho (até 15 cm de comprimento) e chicharro (carapau muito grande).
A CAVALA tem um corpo alongado sem escamas e uma coloração clara e prateada no ventre e cor azul esverdeado mais escuro no dorso, com linhas escuras irregulares que lhe dão um aspecto de “tigre”.
É encontrada no Atlântico Nordeste e Mar Mediterrâneo, onde habita na coluna de água em zonas costeiras até 250 m de profundidade. Forma grandes cardumes que são fortemente migradores, permanecendo junto ao fundo durante o dia e subindo durante a noite para caçar peixes, moluscos e pequenos crustáceos. Reproduz-se de Fevereiro a Abril, momento em que a fêmea desova 100.000 a 400.000 óvulos.
É pescada com cerco, arrasto e redes de emalhar.
A cavala é muito semelhante à sarda (Scomber scombrus), mas a cavala tem sardas no ventre e a sarda não, razão pela qual popularmente se diz que “a sarda é mentirosa”.
O CHERNE tem um corpo robusto, cabeça grande e mandíbula proeminente, com dois espinhos operculares, uma crista óssea e uma coloração castanho-acinzentada ou cinzento-azulada.
É encontrado no Atlântico Nordeste e arquipélagos da Madeira e dos Açores, nas camadas superficiais da coluna de água em juvenil e em zonas com profundidades entre os 100 e os 200 m em adulto. Os juvenis formam cardumes e encontram-se junto a objectos flutuantes, enquanto os adultos são solitários, podendo ser observados em grutas ou em destroços. Alimenta-se de crustáceos, moluscos e peixes. Reproduz-se de final de Julho até ao início de Outubro, com desovas múltiplas.
É pescado com redes de emalhar e com palangre de fundo.
O cherne é um peixe de vida longa, podendo os machos ultrapassar os 80 anos e as fêmeas os 60 anos.
O CHOCO tem um corpo oval achatado, com uma concha interna, a siba, oito braços com fiadas de ventosas e dois tentáculos longos e retrácteis que utiliza para capturar as presas. O corpo cinzento-esbranquiçado apresenta frequentemente bandas dorsais escuras.
É encontrado no Atlântico Nordeste, Arquipélago da Madeira e Mar Mediterrâneo, onde habita junto ao fundo marinho, sendo mais comum até aos 200 m. Predador nocturno, alimenta-se preferencialmente de caranguejos, bivalves e peixes. Migra no Verão para águas mais costeiras; a reprodução ocorre entre Fevereiro e Outubro, com posturas até 4.000 ovos.
É pescado com redes de emalhar e com armadilhas de gaiola (covo).
Os chocos são chamados de “camaleões do mar” pela capacidade e rapidez de mudarem de cor e padrão do corpo, para comunicarem com outros, para se camuflarem e como aviso aos predadores.
O CONGRO ou SAFIO tem um corpo longo, sem escamas, esguio e arredondado, semelhante ao de uma cobra, podendo atingir mais de 2 m de comprimento. Apresenta uma cor negra ou cinzenta no dorso e mais clara no ventre, e tem uma boca grande com bordos grossos, maxilas fortes e dentes pontiagudos.
É encontrado no Atlântico Nordeste, Arquipélagos da Madeira e dos Açores e Mar Mediterrâneo, onde habita as águas junto ao fundo, podendo viver em profundidades superiores a 1000 m. Durante o dia abriga-se nas fendas rochosas de onde sai à noite para caçar peixes, crustáceos e cefalópodes, mas também caça na coluna de água. Reproduz-se nos meses de Verão, afastado da costa e a grandes profundidades.
É pescado com redes de emalhar.
Quando atingem a maturidade sexual, os congros migram para as regiões tropicais e subtropicais do Atlântico, onde se reproduzem, morrendo de seguida. Os juvenis fazem a viagem de regresso quando atingem os 2 anos.
A CORVINA tem um corpo alongado que pode atingir grandes dimensões, escamas oblíquas, cor prateada com o dorso escurecido e uma boca grande com dentes em várias fiadas.
É encontrada no Atlântico Nordeste e Mar Mediterrâneo, onde habita em toda a coluna de água, em zonas entre os 15 e os 200 m de profundidade. É migradora e alimenta-se de peixes e crustáceos. Reproduz-se de Abril a Julho, desovando em estuários e lagoas costeiras.
É pescada com redes de emalhar e tresmalho.
Durante a época de reprodução, as corvinas produzem sons semelhantes a um roncar, para atrair os indivíduos da espécie para um mesmo local de desova. Os pescadores usam esses sons para detectar os cardumes e lançar as suas redes.
A DOURADA tem um corpo muito ovalado de cor cinzento-prata e uma mancha dourada entre os olhos, origem do nome “dourada”.
É encontrada no Atlântico Nordeste e Mar Mediterrâneo, onde habita a coluna de água em zonas até 150 m de profundidade. Vive solitária ou em pequenos grupos e alimenta-se de moluscos, crustáceos e ouriços-do-mar. Reproduz-se de Outubro a Dezembro e, apesar de desovar no mar, os juvenis procuram a protecção dos estuários para se desenvolverem.
É pescada com arrasto e redes de emalhar, sendo a segunda espécie mais produzida por aquicultura em Portugal, apenas ultrapassada pelo pregado.
A maioria das douradas nasce macho e só com a maturação sexual é que se pode converter em fêmea. Este hermafroditismo sequencial ocorre também nos sargos e gorazes.