Informação cedida pela Docapesca.
Fotografias de Francisco Pestana, Atum-albacora: Miguel Neves dos Santos, Espadarte: adrienzoon.com
A PESCADA-BRANCA tem um corpo alongado, uma boca grande preta com numerosos dentes e uma mandíbula proeminente, sendo o dorso acinzentado, os flancos claros e o ventre branco.
É encontrada no Atlântico Nordeste e Mar Mediterrâneo, onde habita em águas junto ao fundo, entre os 30 e os 1000 m. Forma cardumes que migram para zonas mais profundas no Inverno. Permanece no fundo durante o dia, deslocando-se à noite para a coluna de água para se alimentar de peixes como a anchova, a sardinha e o arenque. Reproduz-se principalmente de Janeiro a Abril.
É pescada com arrasto e redes de emalhar.
Existem várias espécies de pescada no mundo, todas do género Merluccius e amplamente utilizadas na alimentação, como é o caso da pescada-do-Chile (Merluccius australis) e a pescada-do-Pacífico (Merluccius productus).
O POLVO-COMUM tem um corpo mole tipo saco, oito braços com duas fiadas de ventosas em cada um, e uma cor e textura que varia com o estado do animal e o fundo em que se encontra, devido à capacidade de camuflagem que apresenta.
É encontrado no Atlântico Nordeste e Mar Mediterrâneo, Península Ibérica e nos Arquipélagos da Madeira e dos Açores, onde habita em águas costeiras até aos 200 m de profundidade. Alimenta-se de crustáceos (especialmente caranguejos), moluscos e peixes. Reproduz-se durante todo o ano, com períodos de maior intensidade na Primavera e no Outono e a fêmea morre após efectuar a postura e cuidar de cerca de 500.000 ovos. Os machos morrem depois do período de cópula.
É pescado com arrasto e com armadilhas de abrigo (alcatruz) e de gaiola (covo).
A única parte rígida do polvo são as mandíbulas, na boca, vulgarmente chamadas de “bico”, e que usa para cortar e triturar os alimentos.
O ROBALO tem um corpo alongado de cor cinzento-prateado com reflexos azuis ou verdes.
É encontrado no Atlântico Nordeste e Mar Mediterrâneo, onde habita junto aos estuários enquanto juvenil, suportando águas de baixa salinidade. Quando adulto habita águas até aos 100 m de profundidade. Os juvenis formam cardumes em conjunto com outras espécies, enquanto os adultos vivem solitários. Alimenta-se de crustáceos, peixes e moluscos. Reproduz-se de Janeiro a Abril.
É pescado com arrasto e redes de emalhar. É a terceira espécie mais produzida por aquicultura em Portugal, depois do pregado e da dourada.
O robalo pode ser confundido com a baia (Dicentrarchus punctatus), mas apenas quando juvenil, pois a baia não atinge as mesmas dimensões do robalo. Estes peixes distinguem-se pelas manchas negras que estão presentes apenas nos flancos da baia.
O SALMONETE é um peixe de pequenas dimensões, avermelhado e com três bandas amarelas longitudinais.
É encontrado no Atlântico Nordeste e Mar Mediterrâneo, onde habita o fundo do mar até aos 100 m. Forma cardumes e alimenta-se de crustáceos, pequenos moluscos e peixes. Reproduz-se do final do Inverno até ao início do Verão, permanecendo os juvenis na coluna de água, apenas indo para o fundo quando atingem a idade adulta.
É pescado com arrasto e redes de emalhar.
Os dois barbilhões debaixo do queixo do salmonete são órgãos sensoriais que usa para tactear o fundo e encontrar comida.
A SANTOLA tem uma carapaça convexa arredondada de cor avermelhada ou castanha amarelada com numerosos pequenos espinhos, muitas vezes coberta de algas e anémonas, confundindo-se com o meio circundante.
É encontrada no Atlântico Nordeste, Arquipélago dos Açores e Mar Mediterrâneo, onde habita em fundos arenosos e rochosos, de águas pouco profundas, dos 10 aos 150 m de profundidade. Alimenta-se do que encontra no fundo, incluindo algas, equinodermes e pequenos bivalves como o mexilhão. Reproduz-se de Maio a Julho.
É capturada com armadilhas de gaiola (covo).
As fêmeas de santola só acasalam após a muda de carapaça, ficando mais vulneráveis aos predadores, razão pela qual os machos tendem a formar uma barreira ao seu redor protegendo a fêmea.
A SAPATEIRA tem um corpo robusto, mais largo do que comprido, carapaça oval de coloração vermelho-acastanhada e duas pinças fortes com as pontas pretas.
É encontrada no Atlântico Nordeste e Mar Mediterrâneo, onde habita a coluna de água nos primeiros seis meses de vida, altura em que assenta no fundo em profundidades até 100 m, incluindo rias e estuários. Alimenta-se essencialmente de noite de crustáceos e bivalves, que captura e mata por esmagamento com as suas pinças. Reproduz-se durante a Primavera e Verão depois da fêmea mudar a carapaça.
É capturada com armadilhas de gaiola (covo).
A fêmea de sapateira transporta no abdómen até 3 milhões de ovos durante seis meses, permanecendo debaixo de rochas ou enterrada em buracos que escava.
A SARDINHA tem um corpo alongado coberto de escamas, com uma cor azul-prateada mais escura no dorso do que nos flancos e ventre onde apresenta uma cor mais clara e prateada.
É encontrada no Atlântico Nordeste e Mar Mediterrâneo, onde habita na coluna de água em zonas costeiras de 25 a 100 m de profundidade. Efectua migrações em grandes cardumes que durante o dia se protegem dos predadores em águas mais profundas e à noite sobem para águas mais superficiais para se alimentarem de algas e pequenos crustáceos. Reproduz-se de Outubro a Abril, altura em que é mais magra, e a fêmea pode desovar 50.000 a 60.000 óvulos.
É pescada com cerco.
A sardinha é o peixe mais popular das festas e arraiais de Verão, mas é também a principal espécie usada na indústria conserveira portuguesa, que absorve quase metade das capturas da frota nacional.
O SARGO tem um corpo oval de cor prateada, com nove bandas negras verticais e uma mancha negra característica junto à barbatana caudal.
É encontrado no Atlântico Nordeste, Arquipélago da Madeira e Mar Mediterrâneo, onde habita estuários em juvenil e profundidades até 150 m em adulto. Alimenta-se principalmente à noite de moluscos, crustáceos, ouriços-do-mar e algas que encontra no fundo. A reprodução ocorre no final do Inverno e início da Primavera, momento em que forma grandes cardumes.
É pescado com arrasto e redes de emalhar.
O sargo apresenta uma forte dentição com várias séries de dentes incisivos e molares em ambos os maxilares, que lhe permitem esmagar os crustáceos e bivalves de que se alimenta.
O TAMBORIL, muito semelhante ao Tamboril- -preto (Lophius budegassa), tem um corpo caracterizado pela cabeça larga e achatada, o dorso escuro e o ventre mais claro.
É encontrado no Atlântico Nordeste e Mar Mediterrâneo, onde habita no fundo marinho até aos 500 m. Alimenta-se essencialmente de peixes e cefalópodes. Reproduz-se de Fevereiro a Julho, momento em que a fêmea desova até 1 milhão de ovos num cordão gelatinoso que pode ter até 10 m de comprimento.
É pescado com arrasto e redes de emalhar.
O tamboril é um fraco nadador, tendo na cabeça um penacho (espinha modificada) que funciona como uma cana de pesca que atrai os peixes de que se alimenta.